sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Pele e o Sol


Vivemos num país tropical, que, portanto, recebe altas taxas de radiação solar durante todo o ano. Com isso, a população brasileira, no trabalho no campo ou no lazer em clubes e praias, está sujeito a longos períodos de exposição ao sol.

De um lado, sabemos que exposições moderadas ao sol, nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde, são uma prática saudável, pois ativam a circulação sanguinea periférica e possibilitam a síntese de vitamina D na pele. Isso é importante, especialmente em crianças e jovens, pois a vitamina D (anti-raquítica) é indispensável para uma boa ossificação e, portanto, para um crescimento normal.

Por outro lado, devemos considerar os danos, a curto e a longo prazo, causados pelo abuso dos “banhos de sol” justamente no verão, quando a natação, os passeios e os esportes ao ar livre podem comprometer a saúde das crianças e de adultos mais sensíveis. Nessa época, o organismo transpira mais, para equilibrar a temperatura interna, e o excesso de transpiração pode provocar a desidratação. Além disso, a exposição de cabeça não-protegida pode levar a um sério quadro de insolação, coma e até à morte. É, portanto, uma grava agressão ao corpo deitar-se horas sob sol forte sem proteger ao menos a cabeça.

A longo prazo, esse hábito é extremamente danoso à pele, que vai se tornando ressecada, manchada e com perda de elasticidade. Em conseqüência, ela sofre um envelhecimento precoce, com aumento de rugas, especialmente em pessoas de cútis mais clara, com pouco pigmento protetor, a melanina.

Um exemplo desse fato são os colonos de pele clara que emigraram da Europa e seus descendentes, que se fixaram em algumas cidades do Espírito Santo. Entre eles, é elevada a porcentagem de ocorrência de câncer de pele, quando comparados a outras populações brasileiras.

Pessoas menos informadas cientificamente poderão dizer que a exposição da pele ao sol forte, quando protegida por “filtros solares”, bronzeadores e outros produtos (às vezes não-aprovados por órgãos oficiais de saúde pública), não traz esses riscos. É claro que esses produtos podem realmente escurecer a pele protegendo-a um pouco mais, mas devemos ter cuidado com as “fórmulas-mágicas” que tem provocado até sérias lesões na pele.

No entanto, não podemos esquecer que os filtros não impedem totalmente a passagem dos perigosos raios ultravioleta, que têm maior poder de penetração q que são justamente os mais prejudiciais, pois atingem as camadas vivas e mais profundas da pele.

Devemos considerar ainda que o excesso de luz pode causar mal-estar geral, dor de cabeça e febre, além das dolorosas queimaduras. Uma pele assim maltratada fica muito mais sensível e vulnerável a outros agentes nocivos do ambiente, inclusive microorganismos patogênicos (bactérias e fungos).

Será que vale a pena sujeitar-se a esses riscos, apenas por questão estética? Pense nisso no próximo verão e não queira tomar todo o sol a que “tem direito” num único dia. Cuide-se. Dê tempo de adaptação à sua pele para que ela o proteja bem, bronzeando-se moderadamente ao longo de alguns dias.

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