quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Intoxicação por Chumbo Devida a Projétil de Arma de Fogo em Contato com o Líquido Cefalorraquidiano: Relato de Caso




CONTEXTO
A intoxicação por chumbo devida a projétil retido em ferimento por arma de fogo é uma complicação já conhecida e descrita na literatura. O risco de intoxicação endógena por chumbo está associado ao contato do projétil com o líquido sinovial ou líquido o cefalorraquidiano. O tratamento requer terapia de quelação e retirada cirúrgica do projétil como tratamento definitivo. Este artigo descreve caso clínico de paciente que desenvolveu intoxicação por chumbo devida a projétil retido em contato com líquido cefalorraquidiano.

RELATO DE CASO
Paciente masculino, 42 anos, foi baleado durante assalto e teve projéteis que se alojaram no abdômen, perna direita e coluna lombo-sacra. Seis anos depois, desenvolveu intensa lombociatalgia e foi submetido a laminectomia. Nove anos após o acidente, foi submetido a artrodese de L5-S1, quando foi tentada a retirada do projétil, sem sucesso, desenvolvendo no pós-operatório intensa dor abdominal. Foi então feito diagnóstico de intoxicação por chumbo, que foi tratada com gluconato de cálcio, com boa resposta. Durante os cinco anos seguintes, fez ciclos de quelação com ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) cálcico, com boa evolução. Os ciclos de quelação mostraram grande eficácia na redução dos sinais e sintomas da intoxicação, promovendo um grande aumento da excreção de chumbo e reduzindo a carga corpórea total de chumbo responsável pelos sintomas. Nos últimos quatro anos, apresentou melhora dos sintomas de intoxicação, com diminuição dos níveis de ALA urinário até a normalização, mostrando que provavelmente houve um processo de cicatrização da lesão, isolando os fragmentos de chumbo do contato com o líquor.

VALE A PENA CONFERIR: MADUREIRA, Paulo Roberto de et al. Intoxicação por chumbo devida a projétil de arma de fogo em contato com o líquido cefalorraquidiano: relato de caso. Sao Paulo Med. J. [online]. 2009, vol.127, n.1, pp. 52-54.

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