domingo, 30 de agosto de 2009
ESCLEROSE MÚLTIPLA
Um mal que pode incapacitar jovens. Muitas vezes, é confundido com doenças menos graves, como labirintite.
Doença neuroimunológica (que envolve o sistema nervoso e de defesa) de causa desconhecida que apresenta lesões no Sistema Nervoso Central (SNC). Caracteriza-se por surtos periódicos e tende a piorar a cada crise. Pode também ser progressiva, com piora constante. Lesa a mielina, camada que recobre o nervo e liga o cérebro ao corpo. 10 em cada 100 mil habitantes têm a doença no Brasil
É mais comum em mulheres que em homens manifesta-se, em média netre os 18 45 anos de idade.
A comunicação entre o cérebro e o resto do corpo (células, tecidos e órgãos) é feita através de uma rede de nervos, cuja via central é a medula espinhal, de onde saem fibras nervosas para todas as partes do organismo.
A rede nervosa é constituída por milhares de células especializadas, que conduzem todo o tipo de mensagem vital para a saúde do corpo. São, principalmente, os neurônios.
A esclerose múltipla começa com um distúrbio no sistema imunológico. Algumas células de defesa, que devem proteger o organismo, estranham-no e passam a destruí-lo. A camada de mielina é lesada.
O dano à mielina, que tem como função conduzir os estímulos nervosos, impede a transmissão das mensagens entre o cérebro e o resto do corpo.
Na maioria dos portadores, a doença provoca uma série de crises. Os sintomas podem ser discretos ou intensos, aparecer e desaparecer. Muitas vezes, as manifestações do mal são confundidas com outras doenças, menos graves, como labirintite.
Atualmente, o exame mais eficaz para reconhecer a esclerose múltipla é a ressonância magnética. Com ele, são notadas as lesões que surgem no sistema nervoso.
A doença atualmente não tem cura, mas há medicamentos adequados que conseguem reduzir a intensidade dos surtos, tornar menos freqüentes as ocorrências e oferecer boa qualidade de vida ao doente. Os remédios são distribuídos pelo serviço público de saúde e devem ser exigidos. O médico precisa sempre acompanhar o paciente para controlar possíveis efeitos colaterais. O tratamento também pode envolver:
fisioterapia
hidroterapia
terapia corporal
exercícios físicos
CÂNCER DE PRÓSTATA
CÂNCER DE PRÓSTATA
O que é?
O câncer de próstata (CP) é o tumor mais comum em homens com mais de 50 anos de idade. Com os progressos da Medicina e de outras áreas que interferem com a saúde, espera-se para as próximas décadas uma população cada vez maior de homens atingindo faixas etárias bem superiores àquela. Conclui-se, portanto, que mais casos de CP serão diagnosticados. Atualmente, existem no país diversas campanhas de detecção precoce dessa neoplasia (câncer).
O diagnóstico precoce é deveras importante, visto ser esse um câncer curável nos estágios iniciais.
Leia também
Câncer de próstata - prevenção
Câncer de próstata - detecção precoce
Sexo e câncer
Hiperplasia benigna da próstata
Prostatite
O que é câncer
Como se desenvolve?
A próstata é uma glândula localizada próximo à bexiga cercando a uretra na sua porção inicial. As secreções prostáticas são o maior componente do líquido seminal (ou esperma).
A origem do CP é desconhecida, entretanto, presume-se que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento.
Entre eles, o fator genético, visto a incidência desta neoplasia ser maior em familiares portadores da doença. A presença de CP em parentes do primeiro grau aumenta a probabilidade de diagnóstico desse câncer em 18%.
O fator hormonal é bastante importante, pois essa neoplasia regride de maneira significativa com a supressão dos hormônios masculinos (por exemplo, castração). Pesquisas feitas em ratos tratados cronicamente com testosterona mostraram o desenvolvimento do câncer de próstata nesses animais. A testosterona não é indutora de câncer, entretanto, em homens já com a neoplasia ou com predisposição, a testosterona estimularia o seu crescimento. Por outro lado, o CP não ocorre em eunucos.
Ultimamente, tem se dado muita atenção ao fator dieta. Dietas ricas em gordura predispõem ao câncer e as ricas em fibras e tomate diminuem o seu aparecimento. Baseados em levantamentos epidemiológicos em áreas geográficas de maior incidência de CP notou-se que dietas ricas em gordura aumentam os riscos de seu aparecimento. Talvez por interferência no metabolismo dos hormônios sexuais, várias outras substâncias estão sob investigação como as vitaminas, o cádmio, o zinco.
Doenças venéreas não tem relação com o CP embora o herpesvírus tipo II e o citomegalovírus induzam transformações carcinogenéticas em células embrionárias de hamster (pequeno animal de experimentação).
O fator ambiental é alvo, também, de investigação. Populações de baixa incidência de CP, quando migram para áreas de alta incidência, apresentam um aumento na ocorrência de casos. Fumaça de automóveis, cigarro, fertilizantes e outros produtos químicos estão sob suspeita.
de rotina que são:
o toque retal e
a dosagem do antígeno prostático específico ou PSA.
Nos casos de CP sintomático, o paciente se queixa de dificuldade para urinar, jato urinário fraco, sensação de não esvaziar bem a bexiga, ou seja, sintomas de obstrução urinária. Sangramento na urina pode ser uma queixa, embora mais rara.
O paciente pode manifestar dores ósseas como sinal de uma doença mais avançada (metástases).
Anemia, perda de peso, adenopatias (ínguas) no pescoço e na região inguinal podem também ser a primeira manifestação da doença.
Como se faz o diagnóstico?
Todo o homem a partir dos 45 anos deve realizar o toque retal e dosagem do PSA, principalmente aqueles com história familiar de CP (e de câncer de mama), independentemente de sintomas. Em caso de toque anormal e ou PSA elevado, o paciente deverá ser submetido a uma ecografia transretal com biópsia prostática. Os fragmentos obtidos serão levados ao exame anátomo-patológico. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tumor deverá ser estagiado. Isto significa que exames deverão ser solicitados a fim de que se possa saber se o tumor está confinado à próstata ou se já invadiu órgãos adjacentes (bexiga, vesículas seminais, reto) ou se já enviou metástases. A cintilografia óssea é o exame mais útil nessa fase e nos dá informações quanto à metástases no esqueleto.
Outros exames eventualmente pedidos são: fosfatase alcalina, tomografia computadorizada de abdômen, radiografias de tórax, radiografias do esqueleto.
Como se trata?
O CP pode estar confinado à próstata na forma de um pequeno nódulo, como também pode estar restrito a ela, porém envolvendo toda a glândula. O CP, além de localizado, pode estar comprometendo os limites desse órgão e invadir outros órgãos adjacentes, como as vesículas seminais ou a bexiga. Linfonodos obturadores e ilíacos são, geralmente, o primeiro estágio das metástases para depois ocorrerem metástases ósseas.
Para descrever a extensão do tumor (estadiamento) existem várias classificações (classificação de Whitmore, TNM). Além do fato extensão tumoral, é importante saber que o CP apresenta uma diversificação de células, mais ou menos malignas, que também sofrem um processo de classificação (Classificação de Gleason).
Baseado no estadiamento do tumor e de sua classificação de Gleason é que se escolhe o tipo de tratamento.
Para os tumores localizados dentro da glândula, a prostatectomia radical e a radioterapia são as primeiras opções e consideradas curativas.
Os tumores que avançam para fora da próstata, mas sem evidência de metástases, são geralmente tratados com radioterapia.
Os tumores metastáticos são paliativamente controlados com hormônios femininos, orquiectomia, drogas anti-androgênicas ou análogos do LHRH.
O tratamento do CP é muito controverso pois são muitas as variáveis:
idade do paciente
níveis do PSA
estágio do tumor
tipo histológico
Além disso, deve-se discutir com o paciente as complicações do tratamento.
Tanto a prostatectomia radical quanto a radioterapia podem deixar o paciente impotente bem como incontinente urinário.
A hormonioterapia diminui a libido e causa impotência sexual.
Deve-se considerar também a idade do paciente na época do diagnóstico e sua expectativa de vida sem a doença.
Pacientes muito idosos e com baixa expectativa de vida certamente se beneficiarão com tratamentos menos agressivos.
Problemas psicológicos e culturais fazem da orquiectomia (retirada dos testículos) um tratamento indesejado. Outras formas de terapia não têm bons resultados ou estão sob investigação, como é o caso da quimioterapia, terapia genética e fatores do crescimento.
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?63
Doença de Kawasaki
O que é?
A doença de Kawasaki é uma vasculite sistêmica aguda, o que significa que existe uma inflamação das paredes dos vasos sanguíneos, que pode evoluir para dilatação (aneurismas), principalmente, das artérias coronárias (os vasos que fornecem sangue ao coração). Porém, nem todas as crianças com esta doença irão desenvolver aneurismas. A maioria terá sintomas agudos e transitórios, mas sem complicações.
É uma doença comum?
A doença de Kawasaki é uma doença rara, no entanto é uma das formas mais comuns de vasculite na infância. É quase exclusivamente uma doença de crianças pequenas. Cerca de 80 em 100 pacientes (80%) têm menos de cinco anos. É ligeiramente mais frequente nos meninos do que nas meninas Apesar da doença de Kawasaki ser diagnosticada ao longo de todo o ano, podem ocorrer algumas variações, com um aumento de casos no final do inverno e da primavera nos países de clima temperado. É mais comum nas crianças japonesas, mas há casos descritos em todo o mundo.
Quais são as causas da doença?
A causa da doença de Kawasaki é incerta, embora se suspeite que haja uma origem infecciosa. Em certos indivíduos predispostos geneticamente, há reações anormais, provavelmente, causados por um agente infeccioso (alguns vírus ou bactérias), podendo iniciar uma inflamação e danos nos vasos sanguíneos.
É hereditária? Porque é que o meu filho(a) tem esta doença? Pode ser prevenida? É contagiosa?
A doença de Kawasaki não é hereditária, porém, suspeita-se que haja uma predisposição genética. É muito raro haver mais do que um membro da família com esta doença. Além disso, não é contagiosa nem pode ser prevenida. É possível, embora raro, acontecer um segundo episódio da doença, na mesma pessoa
Quais são os principais sintomas?
A doença começa com febre alta, para a qual não há razão aparente, durante pelo menos cinco dias e a criança fica muito irritada. A febre pode ser acompanhada ou seguida de uma conjuntivite (vermelhidão do olho), sem pus nem secreções.
A criança pode ter vários tipos de irritação da pele, semelhantes aosarampo, escarlatina, urticária, etc. A irritação da pele afeta, principalmente, o tronco, as extremidades e a área das fraldas.
Verificam-se alterações na boca, que podem ser lábios muito vermelhos e rachados, língua vermelha, chamada de língua “em morango”, e vermelhidão na faringe.
As mãos e os pés também podem inchar e haver vermelhidão das palmas das mãos e dos pés. Estes sintomas são seguidos (por volta da segunda ou terceira semana) por uma descamação característica, na ponta dos dedos das mãos e dos pés.
Mais de metade dos pacientes apresenta um inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço, chegando a medir, pelo menos 1,5 cm.
Às vezes, outros sintomas como inchaço ou dor nas articulações, dor abdominal, diarreia, irritabilidade, dores de cabeça, entre outros, podem ser registrados.
O envolvimento do coração pode ser a manifestação mais grave da doença de Kawasaki, uma vez que podem surgir complicações a longo prazo. Sopros cardíacos, arritmias ou alterações identificadas por meio do ecocardiograma, podem ser detectadas. No coração, a inflamação pode causar diferentes problemas, como pericardite (inflamação da membrana que envolve o coração), miocardite (inflamação do músculo do coração) e alguns problemas nas válvulas. Porém, a principal característica desta doença é o desenvolvimento dos aneurismas nas coronárias.
A doença é igual em todas as crianças?
A gravidade da doença varia de criança para criança. Nem todos os pacientes têm todas as manifestações clínicas e a maioria não terá complicações cardíacas. Apenas 2 em cada 100 crianças com a doença de Kawasaki desenvolvem aneurismas.
É frequente que bebês (com menos de um ano de idade) apresentem formas incompletas da doença, o que significa que elas não apresentam todas as manifestações clínicas típicas, tornando o diagnóstico mais difícil. Algumas destas crianças podem desenvolver aneurismas.
A doença na criança é diferente da doença dos adultos?
Esta é uma doença típicamente infantil. Poderá haver formas semelhantes desta vasculite em adultos, mas com apresentação diferente.
Como é que é diagnosticada?
Pode-se fazer um diagnóstico definitivo se houver, durante pelo menos cinco dias, febre sem causa aparente e se esta for acompanhada de pelo menos 4 destas 5 características: conjuntivite bilateral, inchaço de gânglios linfáticos, irritação da pele, vermelhidão da boca e da língua e alterações nas extremidades. Para se fazer um diagnóstico definitivo é importante que se conclua que estes sintomas não são indicadores de outra doença.
Se um diagnóstico definitivo não for possível, deverá ser considerada uma forma incompleta da doença.
Qual é a importância dos exames?
Não há resultados laboratoriais específicos para esta doença, no entanto eles refletem o grau de inflamação. São indicadores de inflamação: a velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada frequentemente mais elevada do que em doenças semelhantes, aumento dos glóbulos brancos e das plaquetas e a anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos .
Os pacientes devem fazer, periodicamente, exames de sangue até que os valores encontrados voltem ao normal.
O eletrocardiograma (ECG) e o ecocardiograma devem ser feitos logo na fase inicial da doença. O ecocardiograma pode detectar aneurismas, uma vez que consegue avaliar a forma e o tamanho das artérias coronárias. No caso de uma criança com problemas nas coronárias, são necessários estudos e avaliações adicionais.
Pode ser tratada/curada?
A maioria das crianças com doença de Kawasaki pode ser curada, no entanto, e apesar de fazerem o tratamento adequado, alguns pacientes desenvolvem complicações cardíacas. A doença não pode ser prevenida, mas a melhor maneira de diminuir as complicações cardíacas é fazer um diagnóstico o mais cedo possível e começar um tratamento rapidamente.
Quais são os tratamentos?
Uma criança com doença ou indícios da doença de Kawasaki deve ser hospitalizada para observação e controle de eventuais problemas cardíacos.
Para diminuir o risco de complicações cardíacas, o tratamento deve ser iniciado logo que o diagnóstico seja feito. O tratamento consiste em aspirina ou gamaglobulina intravenosa, ambas em doses altas. Ambos os tratamentos farão com que a inflamação diminua e os sintomas agudos desapareçam. A dose alta de gamaglobulina intravenosa é uma parte essencial do tratamento já que vai prevenir, em grande parte dos pacientes, a ocorrência de de aneurismas. Os corticosteróides também podem ser indicados, embora menos frequentemente.
Quais são os efeitos secundários dos medicamentos?
O tratamento com gamaglobulina é, normalmente, bem tolerado. É conhecido que o tratamento com aspirina pode causar intolerância gástrica, bem como uma alteração temporária das enzimas do fígado.
Quanto tempo deve durar o tratamento?
Na maioria dos pacientes, a dose total de gamaglobulina é dada em uma única vez, embora, às vezes, seja necessário administrá-la uma segunda vez.
Inicialmente, as doses altas de aspirina deverão ser administradas, até a febre desaparecer, e depois deve ser reduzida. A dose baixa de aspirina é mantida porque evita que se formem trombos nos vasos sanguíneos. É necessário prevenir a formação dos trombos (coágulos de sangue) dentro dos aneurismas, uma vez que poderão causar um enfarte cardíaco, a complicação mais perigosa da doença de Kawasaki.
Uma criança sem aneurismas tomará aspirina durante algumas semanas, mas crianças com aneurismas deverão tomá-la durante mais tempo.
E quanto a terapias não convencionais/complementares?
Nesta doença não se devem fazer tratamentos não convencionais.
Que tipo de check-ups periódicos são necessários?
Os indivíduos com a doença de Kawasaki deverão fazer regularmente exames de sangue, como o hemograma e a velocidade de hemossedimentação (VHS) , até que voltem ao normal.
São necessários ecocardiogramas sequenciais para avaliar a presença de aneurismas coronários e seguir o seu curso; a frequência com que devem ser feitos depende da presença e do tamanho do aneurisma. A maioria dos aneurismas desaparece.
O pediatra, o cardiologista pediátrico e o reumatologista pediátrico devem seguir estas crianças. Quando não há reumatologista pediátrico, o pediatra, juntamente com o cardiologista, deverá seguir estes pacientes, especialmente aqueles que tiverem problemas de coração.
Quanto tempo se manterá a doença?
A doença de Kawasaki tem três fases: 1) aguda, que inclui as duas primeiras semanas com presença de febre e dos outros sintomas; 2) sub-aguda, da segunda à quarta semana, período no qual a quantidade das plaquetas começa a aumentar e os aneurismas aparecem; 3) a fase da recuperação/remissão, que vai do primeiro ao terceiro mês, quando os exames laboratoriais voltam ao normal e se resolvem ou diminuem as deficiências nos vasos sanguíneos (aneurismas das artérias coronárias).
Qual é a evolução a longo prazo da doença (prognóstico)?
Para a maioria dos pacientes, o prognóstico é excelente, uma vez que poderão levar uma vida normal, com um crescimento e um desenvolvimento normais.
O prognóstico dos pacientes com deficiências persistentes das artérias coronárias depende sobretudo do desenvolvimento de estenoses e oclusões (estreitamento do vaso sanguíneo devido à formação de coágulos sanguíneos).
Há recomendações para a vida diária? As crianças podem praticar esportes ? As crianças podem ser vacinadas?
Não se aconselha a vacinação de pacientes por um período de 3 a 6 meses, uma vez que a doença e o tratamento com a gamaglobulina afeta o sistema imunitário e este efeito pode durar até 6 meses.
As crianças que não tiveram quaisquer complicações cardíacas não terão qualquer restrição quanto à prática de esportes ou de outras atividades do dia-a-dia. Porém, as crianças com aneurismas coronários deverão consultar um cardiologista pediátrico, caso na adolescência queiram praticar atividades desportivas, quer sejam ou não competitivas.
http://www.printo.it/pediatric-rheumatology/information/Brasil/6.htm
DOENÇA DE CROHN
O conjunto das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) abrange a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU). A Doença de Crohn caracteriza-se por inflamação crônica de uma ou mais partes do tubo digestivo, desde a boca, passando pelo esôfago, estômago, intestino delgado e grosso, até o reto e ânus. Na maioria dos casos de Doença de Crohn, no entanto, há inflamação do intestino delgado; o intestino grosso pode estar envolvido, junto ou separadamente. A doença leva o nome do médico que a descreveu em 1932.
Como se desenvolve?
Não se conhece uma causa para a Doença de Crohn. Várias pesquisas tentaram relacionar fatores ambientais, alimentares ou infecções como responsáveis pela doença. Porém, notou-se que fumantes têm 2-4 vezes mais risco de tê-la e que particularidades da flora intestinal (microorganismos que vivem no intestino e ajudam na digestão) e do sistema imune (mecanismos naturais de defesa do organismo) poderiam estar relacionadas. Nenhum desses fatores, isoladamente, poderia explicar por que a doença inicia e se desenvolve. O conjunto das informações disponíveis, até o momento, sugere a influência de outros fatores ambientais e de fatores genéticos.
Nota-se a influência dos fatores genéticos em parentes de primeiro grau de um indivíduo doente por apresentarem cerca de 25 vezes mais chance de também terem a doença do que uma pessoa sem parentes afetados.
O que se sente?
A Doença de Crohn costuma iniciar entre os 20 e 30 anos, apesar de ocorrerem casos também em bebês ou casos iniciados na velhice. Os sintomas mais freqüentes são diarréia e dor abdominal em cólica com náuseas e vômitos acompanhados de febre moderada, sensação de distensão abdominal piorada com as refeições, perda de peso, mal-estar geral e cansaço. Pode haver eliminação, junto com as fezes, de sangue, muco ou pus. A doença alterna períodos sem qualquer sintoma com exacerbações de início e duração imprevisíveis.
Outras manifestações da doença são as fístulas, que são comunicações anormais que permitem a passagem de fezes entre duas partes dos intestinos, ou do intestino com a bexiga, a vagina ou a pele. Essa situação, além de muito desconfortável, expõe a pessoa à infecções de repetição. As fístulas ocorrem isoladamente ou em associação com outras doenças da região próxima ao ânus, como fissuras anais e abscessos.
Com o passar do tempo, podem ocorrer complicações da doença. Entre as mais comuns estão os abscessos (bolsas de pus) dentro do abdômen, as obstruções intestinais causadas por trechos com estreitamento - causado pela inflamação ou por aderências de partes inflamadas dos intestinos. Também pode aparecer a desnutrição e os cálculos vesiculares devido à má absorção de certas substâncias. Outras complicações, ainda que menos freqüentes, são o câncer de intestino grosso e os sangramentos digestivos.
Alguns pacientes com Doença de Crohn podem apresentar evidências fora do aparelho digestivo, como manifestações na pele (Eritema Nodoso e Pioderma Gangrenoso), nos olhos (inflamações), nas articulações (artrites) e nos vasos sangüíneos (tromboses ou embolias).
Como o médico faz o diagnóstico?
A base do diagnóstico é pela história obtida com o paciente e pelo exame clínico. Havendo a suspeita da doença, radiografias contrastadas do intestino delgado (trânsito intestinal) podem ajudar na definição diagnóstica pela achado de ulcerações, estreitamentos e fístulas características. O intestino grosso também costuma ser examinado por enema baritado (Rx com contraste introduzido por via anal) ou colonoscopia (endoscopia). Esse último exame, que consiste na passagem por via anal de um aparelho semelhante a uma mangueira, permitindo a filmagem do interior do intestino grosso, tem a vantagem de permitir também a realização de biópsias da mucosa intestinal para serem analisadas ao microscópio.
Mais recentemente, dois exames de sangue, conhecidos pelas siglas ASCA e p-ANCA, já podem ser usados no diagnóstico da Doença de Crohn entre nós, ainda que não sejam confirmatórios e tenham seu uso limitado pelo custo.
Como se trata?
O tratamento da Doença de Crohn é individualizado de acordo com as manifestações da doença em cada paciente. Como não há cura, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e das complicações.
Não há restrições alimentares que sejam feitas para todos os casos. Em algumas pessoas, observa-se intolerância a certos alimentos, freqüentemente, à lactose (do leite). Nesses casos, recomenda-se evitar o alimento capaz de provocar a diarréia ou a piora de outros sintomas. Indivíduos com doenças no intestino grosso podem ter benefícios com dieta rica em fibras (muitas verduras e frutas), enquanto que em indivíduos com obstrução intestinal pode ser indicada dieta sem fibras.
Além de adequações na dieta, medicamentos específicos podem ser usados para o controle da diarréia com razoável sucesso. O uso desses medicamentos deve sempre ser orientado pelo médico, já que há complicações graves relacionadas ao seu uso inadequado.
Medicamentos específicos que agem principalmente no controle do sistema imune são usados no tratamento dos casos que não obtém melhora satisfatória apenas com dieta e antidiarréicos. São eles a sulfassalazina, mesalamina, corticóides, azatioprina, mercaptopurina e, mais recentemente, o infliximab. Pelo seu custo e efeitos colaterais, a decisão sobre o início do uso, a manutenção e a escolha do medicamento deve ser feita por médico com experiência no assunto, levando em conta aspectos individuais de cada paciente.
Alguns doentes com episódios graves e que não melhoram com uso das medicações nas doses máximas e pelo tempo necessário, podem necessitar de cirurgia com retirada da porção afetada do intestino.
Situações que também requerem cirurgia são sangramentos graves, abscessos intra-abdominais e obstruções intestinais. Apesar de se tentar evitar ao máximo a cirurgia em pacientes com Doença de Crohn, mais da metade necessitarão de pelo menos uma ao longo da vida. Retiradas sucessivas de porções do intestino podem resultar em dificuldades na absorção de alimentos e em diarréia de difícil controle.
Como se previne?
Não há forma de prevenção da Doença de Crohn (DC).
Pessoas já doentes são fortemente orientadas a não fumar como forma de evitar novas exacerbações. O uso crônico das medicações usadas para o controle das crises não mostrou o mesmo benefício na prevenção de novos episódios, devendo, portanto, ser individualizada a manutenção ou a suspensão do tratamento após o controle dos sintomas iniciais ou de agudização.
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?152
sábado, 29 de agosto de 2009
Hidatidose policística: cisto hidático calcificado
(hidatidose) policística é a infecção devida ao estádio
larvar (hidátide) de duas espécies de cestóides do
gênero Echinococcus: Echinococcus vogeli (Rausch &
Bernstein 1972) e Echinococcus oligarthrus (Diesing
1963). Ambas produzem hidátides de tipo policístico nos
hospedeiros intermediários – espécies várias de
roedores silvestres, principalmente a paca (Cuniculus
paca) e ratos espinhosos (gênero Proechimys),
para E.vogeli, e cutias (gênero Dasyprocta), para
E. oligarthrus. Os vermes adultos se alojam, em geral,
no intestino de carnívoros silvestres (canídeos e felinos).
O homem adquire o parasito acidentalmente e se
comporta, no caso, como hospedeiro intermediário. A
fonte de infecção é, quase sempre, o cão de caça ou o
cão doméstico alimentados, em sítios de caça, com
vísceras de roedores parasitados.
O órgão mais comumente envolvido na hidatidose
policística humana é o fígado, mas hidátides podem
ser também encontradas nos pulmões. O mesentério
é atingido, raras vezes, secundariamente, a partir do
fígado. Alguns cistos podem sofrer involução
espontânea e calcificação: a hidatidose, em pacientes
assim, pouco importando a localização, cursa de forma
assintomática, sendo descoberta por acaso, quando o
cisto é detectado em estudo radiológico, levado a efeito
para outros fins.
A infecção larvar resulta da ingestão de ovos postos
pelos vermes adultos, e que contaminam o solo ao
serem eliminados com as fezes dos hospedeiros definitivos. Os ovos, depois de ingeridos por um
hospedeiro apropriado, abrem-se no duodeno, liberando
os embriões hexacantos (oncosferas), providos de
acúleos ou ganchos. Com o auxílio dessas estruturas,
atravessam os embriões a mucosa e penetram nos
capilares venosos da parede intestinal. Arrastados pela
corrente sangüínea, chegam ao fígado, onde se
implantam. Alguns conseguem atravessar o filtro
hepático, caem na veia cava inferior e são levados aos
pulmões.
Uma vez nos capilares do fígado ou dos pulmões,
transformam-se eles, lentamente, em hidátides – a fase
larvar dos equinococos, estruturas císticas que encerram
os protoscoleces, origem dos futuros vermes adultos. Os
protoscoleces são também armados de ganchos quitinosos,
cuja morfologia é importante para o reconhecimento das
espécies do gênero. Os de E. vogeli medem de 33 a 41mm
de comprimento e têm a lâmina, encurvada, mais longa do
que o cabo (2/3 do total), enquanto os de E. oligarthrus
medem de 26 a 32mm e neles a lâmina e o cabo têm
comprimento quase igual. Por outro lado, os acúleos das
demais espécies de Echinococcus são bem menores – os
de E. granulosus, espécie encontrada no sul do Brasil,
medem de 18 a 22mm3.
Excesso de gordura pode causar osteoporose
O grupo de Parhami havia descoberto, em um trabalho anterior, que esses mesmos ratos possuíam bem menos células formadoras de ossos do que animais que não fizeram a dieta. A descoberta deve fazer com que os tratamentos contra a osteoporose, uma doença que faz com que os ossos fiquem mais fracos, passem a atuar em duas frentes: uma sobre as células construtoras de ossos e outra sobre as células que desintegram os próprios ossos.
Os pesquisadores explicam que a semelhança entre a estrutura dos ossos e a das artérias pode fazer com que tanto a osteoporose quanto problemas cardíacos sejam causados por uma resposta inflamatória do organismo, ativada pelo alto nível de colesterol.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Hidronefrose
Se esta obstrução for aguda e total, haverá dor renal (cólica renal) importante, com provável necessidade de medicação intravenosa. Se houver uma discreta obstrução, mas que prejudique o fluxo normal de urina,haverá um lento e discreto aumento volumétrico da pressão intra renal e de sua dimensões, que com o tempo (meses, anos....) poderá levar à destruição total do parênquima do rim afetado.
Situações como gestação e infecções urinárias podem cursar com hidronefrose fisiológica (que vai regredir após), a primeira pela compressão ureteral pelo útero gravídico e a segunda por atonia muscular do ureter e pelve renal, pela infecção.
Se houver dilatação também do ureter, chama-se ureterohidronefrose, comum nas obstruções abaixo da pelve renal, em qualquer porção do ureter (superior, médio e inferior), por cálculo urinário, tumores, ligaduras iatrogênicas, etc.
O diagnóstico das dilatações acima citadas é extremamente fácil, pela ecografia (inclusive antes do nascimento - diagnóstico pré-natal) e pela urografia excretora.
Sangue na urina e no esperma
A presença de sangue na urina, também chamada de hematúria, não é uma doença, porém pode ser sinal de alguma. A hematúria divide-se em macroscópica (visível) (urina vermelha ou avermelhada) e microscópica ( urina com coloração normal, pois a quantidade de sangue é tão pequena que só é vista com auxílio de microscópio).
O sangramento do trato urinário pode ir e vir, mesmo em casos mais sérios, portanto um médico deve ser consultado imediatamente se algum sangue for detectado na urina, mesmo que uma só vez. A hematúria microscópica só vai ser detectada em um exame de urina, porém a constatação de sangue na urina, visível ou microscópica, requer exames complementares para que se descubra a causa.
Às vezes, pessoas com trato urinário normal apresentarão algumas hemácias (células sanguíneas vermelhas) na urina. Caso o número de hemácias seja superior a três, em dois exames independentes, uma hematúria microscópica será constatada e, conseqüentemente, exames complementares far-se-ão necessários.
Causas:
São muitas e distintas as causas de uma hematúria - em cerca de 25% dos pacientes a causa é uma doença que pode ser séria. Listam-se, a seguir, os fatores que mais comumente causam a presença de sangue na urina:
• Litíase ou cálculo urinário (principalmente renal e uretral);
• Cistites: Infecção de bexiga acompanhada de dor durante a micção e frequente necessidade de urinar. É mais frequente em mulheres do que em homens;
• Câncer em qualquer parte do trato urinário;
• Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), que é o aumento da próstata;
• Ferimento, contusão: uma pancada muito forte nas costas ou na lateral do tronco pode ofender os rins e causar uma hemorragia. Exercícios muito vigorosos ou corridas de longa distância podem irritar os rins e causar hematúria;
• Medicamentos: remédios que afinam o sangue, como anticoagulantes, medicamentos contendo aspirina e antiinflamatórios não esteróides e não hormonais (usados para tratar artrite ou para aliviar a dor) também podem provocar hematúria;
• Alimentos: Alguns alimentos, como a beterraba, tornam a urina avermelhada devido aos fortes pigmentos que contém;
• Problemas básicos de saúde;
Idade e hematúria:
De recém nascidos até 6 anos de idade Hematúria visível é algo raro nesta fase da vida. Quando ocorre é provavél que seja por problemas na coagulação sanguínea, infecções no trato urinário, defeitos de nascimento ou problemas renais.
Jovens de até 20 anos de idade Hematúria visível é algo raro nesta fase da vida. Quando qualquer forma de hematúria ocorre, a causa mais provável é uma infecção renal causada por bactérias streptocócicas.
Entre os 20 e 40 anos de idade Hematúria visível é normalmente resultante de infecções em alguma parte do trato urinário. Tumores de bexiga ou cálculos são possíveis causadores.
Entre os 40 e 60 anos de idade Entre as causas sérias, os tumores de bexiga são as mais frequentes, seguidos de cálculos e inflamações. As chances de uma hematúria significar algum problema urinário grave aumenta significativamente depois dos 50 anos. Em homens, problemas de próstata são frequentes causadores de hematúria.
Depois dos 60 anos de idade Em homens: lesões ou aumento da próstata;
Em homens e mulheres: tumores de bexiga e infecções urinárias são as causas mais frequentes.
Caso o sangue na urina seja constatado, o médico fará, além do exame físico, várias perguntas a respeito da saúde do paciente. Talvez seja possível descobrir a causa da hematúria sabendo-se quando e como ela ocorre. Por exemplo, se o sangue aparece somente no início da micção, o problema provavelmente localiza-se na uretra. Caso o sangue esteja presente só nos últimos pingos, é provável que a causa esteja na próstata ou no colo da bexiga. Quando o sangue aparece durante a micção, o problema deve estar na bexiga, no ureter ou em um rim.
Coágulos grandes e densos, sugerem um problema de bexiga, enquanto a ausência de coágulos sugere um problema no rim ou no ureter.
Alguns exames que o médico pode pedir incluem:
• Exame de urina;
• Exame de cultura de urina, normalmente pedido quando se suspeita de uma infecção urinária;
• Exame citológico de urina, no caso de suspeita de câncer de bexiga ou de rim;
• Urografia intravenosa (IVP): muitas das desordens urinárias podem ser detectadas através deste teste;
• Citoscopia;
• Dipstick: teste utilizado para detectar a presença de sangue na urina.
O tratamento da hematúria depende do que está causando o sangramento. Uma vez que o sangramento em si não é uma doença, ele só cessará quando o problema que o está causando for tratado.
Sangue no Esperma
Hematospermia ou presença de sangue no esperma ejaculado, acomete homens das mais variadas faixas etárias. Na grande maioria das vezes esta alteração do ejaculado ocorre sem sintoma algum, isto é, a ejaculação acontece normalmente e o indivíduo ou sua parceira(o) nota a cor anormal do líquido espermático, que pode ser do róseo ao vermelho amarronzado, com coágulos presentes ou não. O fato de ocorrer sem maiores sintomas como dor ou ardor uretral, preocupa profundamente o homem, que fica abalado com esta emissão sanguinolenta, interpretada como sinal de coisa ruim, sendo o "câncer" a maior preocupação relatada no consultório.
Durante a consulta, procuramos acalmar o cliente e ressaltar uma verdade sobre este sinal : "intrigante mas pouco preocupante".
A grande maioria das hematospermias acaba sem diagnóstico preciso. Para o cliente salientamos alguns fatores que podem estar envolvidos, como por exemplo a abstinência sexual prolongada. Para tranquilidade do urologista, devemos proceder a um exame físico completo antes de solicitar exames de imagem e de laboratório. Esta gama de exames servirá também para tranquilizar ainda mais nosso cliente, que procura uma causa para o ocorrido.
Outra causa freqüente de sangue no ejaculado, são os cálculos prostáticos formados pelas bactérias responsáveis pela "prostatite" que todo homem tem, mesmo sem sintomas. A deposição de cálcio é originada pelo metabolismo do germe dentro da glândula prostática. Como neste RX, os cálculos são inúmeros e podem "machucar" a glândula, originando o sangue encontrado na ejaculação.
Não é obrigatório o indivíduo com cálculos prostáticos ter hematospermia, mas deve-se investigar a presença destes, por ecografia ou RX.
Raramente necessitamos "tratar" a hematospermia, que cede naturalmente como veio. Nestes casos a orientação do urologista é o melhor remédio.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Antibiótico veterinário mata células-tronco cancerosas em ratos, segundo estudo
Pesquisadores americanos da Instituto Broad, de Boston, ligado ao MIT e à Universidade Harvard, afirmam que encontraram um composto químico, que era usado para tratamento de gado e aves, que mata as raras e agressivas células cancerosas que têm a habilidade de formar novos tumores.
Estas células, chamadas de células-tronco cancerosas, permitem que o câncer se espalhe e também reapareça depois do que parecia ser um tratamento bem sucedido, além de também poder ser a causa dos tumores secundários.
Chegar até estas células com os tratamentos disponíveis é muito difícil. As técnicas tradicionais envolvem cirurgia, cortando o máximo possível do câncer e tentando matar suas células restantes com radiação.
Estes métodos nem sempre funcionam, pois as células-tronco cancerosas --que são a raiz do câncer-- geralmente sobrevivem.
Outro problema apontado pelos pesquisadores é que células cancerosas podem estar enterradas profundamente entre tecidos e órgãos como o cérebro ou o fígado. Então, as tentativas de tratamento convencional nestes casos também significam uma ameaça à vida do paciente.
Mas os pesquisadores encontraram um medicamento já existente, a salinomicina --um antibiótico já usado para tratar infecções intestinais em gado e aves--, que conseguiu destruir as células-tronco cancerosas em ratos.
"Muitas terapias matam o grosso de um tumor, apenas para que ele volte a crescer", afirmou Eric Lander, diretor do Instituto Broad e autor da pesquisa publicada na revista especializada "Cell". "Este [estudo] aumenta a perspectiva de novos tipos de terapias contra o câncer."
Dificuldades
Os pesquisadores de terapias contra o câncer lutavam para tentar estudar as células-tronco cancerosas em laboratório. A raridade relativa destas células comparadas com outras células de tumores, combinada com a tendência dessas células de perderem suas propriedades de células-tronco quando cultivadas fora do corpo, limitavam a quantidade de material disponível para análise.
Mas os pesquisadores usaram técnicas já existentes para "treinar" células adultas a passarem por uma mudança importante, que altera sua forma e mobilidade. Ao mesmo tempo, as células podem adotar propriedades semelhantes às das células-tronco.
Com um grande número dessas células-tronco em mãos, a equipe de pesquisadores de Boston fez uma análise em ampla escala de milhares de compostos químicos, aplicando métodos automáticos para procurar pelos que tinham atividade contra células-tronco de câncer de mama.
Foram testados 16 mil compostos químicos. De um grupo de mais de 30 candidatos mais promissores, os pesquisadores identificaram a salinomicina, que apresentou uma potência surpreendente.
A salinomicina matou não apenas as células-tronco cancerosas criadas em laboratório, mas também as naturais.
Comparada a um medicamento quimioterápico comum receitados para casos de câncer de mama, conhecida como paclitaxel, a salinomicina reduziu o número células-tronco cancerosas em mais de cem vezes. E também diminuiu o crescimento de tumores de mama em ratos.
Os pesquisadores afirmam que esta descoberta é um marco científico, mas acrescentam que ainda é muito cedo para saber se os pacientes de câncer vão se beneficiar com ela.
Ainda é necessária a realização de mais pesquisas para determinar exatamente como a salinomicina funciona para matar as células-tronco cancerosas e se tem o mesmo poder de reduzir tumores em humanos, um tipo de análise que pode levar vários anos.
Os cientistas afirmam que esta foi uma experiência de prova de princípio e que o mesmo medicamento não deverá ter o mesmo efeito em humanos, mas outros remédios semelhantes poderão ser usados em tratamentos no futuro.
Para um outro autor da pesquisa e diretor do Instituto Broad, Pyush Gupta, o estudo "sugere uma abordagem geral para encontrar novas terapias contra o câncer que podem ser aplicadas a qualquer tumor sólido mantido por células-tronco cancerosas".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u609732.shtml
Grupo testa medicamento inspirado no vinho tinto
A PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) vendeu duas patentes para a Eurofarma com a intenção de produzir um medicamento contra doenças relacionadas ao envelhecimento. O remédio terá como base o resveratrol -molécula que está presente no vinho e no suco de uva. Foi a primeira vez que a universidade teve patentes licenciadas para uma empresa.
A molécula ajuda a controlar a chamada homeostase, o equilíbrio entre as funções do organismo. Segundo os pesquisadores, o resveratrol, que é um antioxidante, ajuda a regular proteínas ligadas a essa função. Com a molécula isolada em um medicamento, porém, as pessoas deixam de ter o resveratrol como desculpa para ingerir bebida alcoólica.
Uma das patentes da PUCRS se refere à descoberta do professor da Faculdade de Química André Souto, que encontrou grande concentração da molécula na raiz de uma hortaliça chamada azeda. Ela possui cem vezes mais resveratrol do que o suco de uva ou o vinho. Outra patente trata de uma formulação para aumentar a retenção desse composto no organismo, também elaborada por Souto. "A molécula tem um problema: é eliminada muito rapidamente", explica. "O desafio, então, foi inventar uma formulação que ficasse mais retida no organismo."
Segundo o pesquisador, um dos objetivos é testar a eficácia do remédio contra diabetes tipo 2, que é mais comum em idosos e está relacionada em certa medida ao desequilíbrio homeostático. Antes dos testes em humanos, serão feitos estudos da ação do fármaco em culturas de células e em cobaias. Se o medicamento der certo, a PUCRS terá direito a 4% sobre as vendas, e esse valor é dividido com o pesquisador, que fica com 30%. Segundo Souto, o resveratrol pode abrir a porta para a chamada "medicina holística", que se propõe a tratar do organismo com um todo, e não de doenças específicas.
De acordo com Wolney Alonso, diretor de Inovação da Eurofarma, a expectativa otimista é colocar o remédio no mercado em 2013. Segundo ele, o campo de atuação da droga pode ser muito amplo, incluindo até mesmo doenças relacionadas à memória. "Mas ainda faltam estudos sobre seus efeitos colaterais e sobre a quantidade máxima que pode ser ingerida", disse. Alonso diz que a molécula era um objeto de desejo em razão do chamado "paradoxo francês": a França tem uma incidência menor de doenças cardiovasculares do que a Inglaterra, por exemplo, apesar de ambos os países cultuarem uma dieta rica em gorduras. A explicação estaria no vinho (britânicos preferem cerveja).
Nova panacéia?
No início do mês, um estudo com camundongos publicado na revista "Cell Metabolism" mostrou que o resveratrol tem o mesmo efeito que o de uma alimentação com poucas calorias. Nesses animais, ele ajuda a controlar a diabetes e problemas nos vasos sangüíneos, melhora a coordenação motora, previne a formação de catarata e preserva a densidade óssea.
Um dos autores da pesquisa, Rafael de Cabo, do Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, afirma que o resveratrol aumenta "a vida produtiva e independente". Seu colaborador David Sinclair, da Escola Médica de Harvard, disse ter ficado surpreso em observar como os efeitos foram amplos nos roedores --o resveratrol influencia toda uma série de doenças não relacionadas entre si, mas associadas à idade.
As equipes de Sinclair e Cabo compararam três grupos de cobaias. Um deles era alimentado normalmente, um tinha refeições supercalóricas e outro hipocalóricas. Já se sabia que uma restrição calórica de 30% a 50% nas cobaias poderia prevenir problemas do envelhecimento, mas o resveratrol revelou efeitos semelhantes, sem dieta especial.
Fonte: Folha Online ( www1.folha.uol.com.br ).
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Intoxicação por Chumbo Devida a Projétil de Arma de Fogo em Contato com o Líquido Cefalorraquidiano: Relato de Caso
VALE A PENA CONFERIR: MADUREIRA, Paulo Roberto de et al. Intoxicação por chumbo devida a projétil de arma de fogo em contato com o líquido cefalorraquidiano: relato de caso. Sao Paulo Med. J. [online]. 2009, vol.127, n.1, pp. 52-54.
Tratamentos da Coluna com Melhores Resultados Aliando Atendimento Psicológico
O INSTITUTO DE PATOLOGIA DA COLUNA – IPC, acaba de agregar à seus serviços o ATENDIMENTO PSICOLÓGICO para pacientes com problemas na coluna vertebral.
Baseado em estudos científicos americanos e europeus, que demonstram resultados pós cirúrgicos piores em pessoas com aspectos psicológicos comprometidos, o IPC desenvolveu um trabalho integrado entre os especialistas em coluna e uma equipe de psicólogos, que avaliam individualmente cada paciente dentro da Clínica e encaminham, caso necessário, para o atendimento terapêutico mais adequado.
O departamento surgiu da experiência prática no atendimento, onde os médicos perceberam que alguns pacientes submetidos à cirurgia tinham grande melhora, e outros com algum comprometimento emocional que passavam pelo mesmo procedimento, tinham resultados piores. “O fato de um paciente encontrar-se diante de um procedimento cirúrgico, seja ele qual for, mobiliza tanto nele quanto em sua família diversos sentimentos e angustias, que quando identificadas antes da cirurgia, podem ser trabalhadas, fazendo com que o paciente sinta-se menos ansioso, mais consciente, e melhor preparado para lidar com a situação.” – explica Dra. Márcia Azevedo, diretora do Departamento de Psicologia do IPC.
O insucesso da cirurgia da coluna é um problema que alcança tamanha magnitude que hoje existem congressos só para discutir esse tema. Recentemente revisões da literatura revelam incidências de fracassos que variam entre 5 a 50% dos casos. O livro The Psychology of Spine Surgery
é baseado na experiência do Texas Back Institute (um instituto americano de referência para tratamento de coluna) e serviu de base para o atendimento desenvolvido no IPC.
Nos últimos anos muitos estudos vem sendo realizados nessa área. Um deles desenvolvido pelo Departamento de Psicologia da University of Bern, Switzerland - demonstra que a depressão é um preditor significante do resultado geral da cirurgia e retorno ao trabalho, dessa forma quando o paciente tem depressão o resultado fica comprometido. Outro estudo mostra que pacientes que sofrem de dor crônica e são submetidos a cirurgia normalmente são deprimidos e apesar de haver uma relação entre depressão, dor crônica e resultado cirúrgico, as causas não são claras.
No IPC o paciente passa por 3 etapas no departamento de psicologia: a avaliação psicológica pré- operatória, o atendimento psicológico durante a internação caso ele necessite, e o tratamento pós cirúrgico. “O estado emocional dos pacientes influencia e é influenciado pelos resultados cirúrgicos, portanto merece atenção e preocupação. O paciente que sofre de dores constantes, chega ao IPC muito desgastado com sofrimento físico, social e emocional . Nosso papel é mais do que cuidar do corpo, é dar a ele a possibilidade de cuidar do seu emocional e voltar às suas atividades físicas e sociais, com qualidade de vida e da maneira mais rápida possível” – conclui Dra. Vivian Amaral, integrante da Equipe do Departamento de Psicologia do IPC.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
PATOLOGIA
A Patologia é o ramo da ciência médica que estuda as alterações morfológicas e fisiológicas dos estados de saúde. Quando essas alterações não são compensadas podemos dizer que um indivíduo está doente.
Etimologicamente, o termo "patologia" origina-se do grego ("pathos" = sofrimento, doença; "logia" = estudo). Conceitualmente, podemos posicionar a doença como sendo uma alteração de forma e de função não compensada(adaptada) de uma célula, de um orgão, de um sistema, de um indivíduo, de uma população e, finalmente, de uma sociedade. Já um "estado de saúde" é definido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como sendo "o bem-estar físico, mental e social do homem".